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O caso das 3 irmãs e a venda das maçãs
- Vivia outrora, em Damasco, um
bom e esforçado camponês que tinha três filhas. Um dia, conversando com o cádi,
declarou o camponês que suas filhas eram dotadas de alta inteligência e de raro
poder imaginativo.
O cádi, invejoso e implicante,
irritou-se ao ouvir o rústico elogiar o talento das jovens e declarou:
- Já é a quinta vez que ouço de
tua boca elogios exagerados que exaltam a sabedoria de tuas filhas. Vou apurar
se elas são, como afirmas, dotadas de engenho e perspicácia de espírito.
Mandou o cádi chamar as três
raparigas e disse-lhes:
- Aqui estão 90 maçãs que vocês
deverão vender no mercado. Fátima, que é a mais velha, levará 50. Cunda levará
30 e Siha, a caçula, será encarregada de vender as 10 restantes.
Se Fátima vender as maçãs a 7 por
1 dinar, as outras deverão vender, também, pelo mesmo preço, isto é, a 7 por 1
dinar; se Fátima fizer a venda das maçãs a 3 dinares cada uma, será esse o
preço pelo qual Cunda e Siha deverão vender as que levam. O negócio deve
fazer-se de sorte que as três apurem, com a venda das respectivas maçãs, a
mesma quantia.
- E não posso desfazer-me de
algumas das maçãs que levo? – perguntou Fátima.
- De modo algum - obstou de
pronto, o impertinente cádi. - A condição, repito, é essa: Fátima deve vender
50. Cunda venderá 30 e Siha só poderá vender as 10 que lhe tocaram. E pelo
preço que Fátima as vender, pelo mesmo preço deverão as outras negociar as
frutas. Façam a venda de modo que apurem, ao final, quantias iguais.
Aquele problema, assim posto, afigurava-se absurdo e
disparatado. Mas não era! (confira na página 88 em diante do livro)
O caso da divisão dos 35 camelos
Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando
nos ocorreu uma aventura digna de registro, na qual meu companheiro
Beremiz, com grande talento, pôs em prática as suas habilidades de
exímio algebrista. Encontramos, perto de um antigo caravançarã meio
abandonado, três homens que discutiam acaloradamente ao pé de um lote de
camelos. Por entre pragas e impropérios gritavam possessos, furiosos:
- Não pode ser !
- Isto é um roubo !
- Não aceito !
O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava.
- Somos irmãos - esclareceu o mais velho - e recebemos, como herança, esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos e a cada partilha proposta segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio. Como fazer a partilha se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas?
- E muito simples - atalhou o Homem que Calculava. - Encarrego-me de fazer, com justiça, essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal que, em boa hora, aqui nos trouxe!
Neste ponto, procurei intervir na questão:
- Não posso consentir em semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem o camelo?
- Não te preocupes com o resultado, ó bagdali! - replicou-me em voz baixa Beremiz.
- Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verás no fim a que conclusão quero chegar. Confira no livro a FANTÁSTICA SOLUÇÃO
- Não pode ser !
- Isto é um roubo !
- Não aceito !
O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava.
- Somos irmãos - esclareceu o mais velho - e recebemos, como herança, esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos e a cada partilha proposta segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio. Como fazer a partilha se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas?
- E muito simples - atalhou o Homem que Calculava. - Encarrego-me de fazer, com justiça, essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal que, em boa hora, aqui nos trouxe!
Neste ponto, procurei intervir na questão:
- Não posso consentir em semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem o camelo?
- Não te preocupes com o resultado, ó bagdali! - replicou-me em voz baixa Beremiz.
- Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verás no fim a que conclusão quero chegar. Confira no livro a FANTÁSTICA SOLUÇÃO
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- Filho de professores, cujo maior patrimônio eram os nove filhos, Júlio César nasceu no Rio de Janeiro, no dia 06 de maio de 1895.
- Júlio César não foi bom aluno de matemática no Colégio Pedro II: chegou a tirar dois em uma sabatina de álgebra e cinco em uma prova de aritmética. Criticava veementemente a didática da época que classificava como o detestável método de salivação.
- Nasce o personagem: Em 1919 Júlio César, depois de tentar inutilmente publicar alguns artigos seus, no jornal O Imparcial onde trabalhava, convenceu o editor a publicar os artigos de um certo R. S. Slade, que, segundo ele, estava fazendo enorme sucesso nos Estados Unidos. O primeiro de todos os artigos publicados com o pseudônimo R.S. Slade foi A vingança do Judeu. Entre 1918 e 1925, Júlio César estudou árabe, leu o Talmude e o Corão, estudou História e Geografia do Oriente e, combinado com Irineu Marinho, do jornal A NOITE, criou o personagem Ali Iezid Izz-Eduim Ibn Salim Hank Malba Tahan.
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