O site da campanha de Fernando Haddad na internet veio arrasador, com a cara do candidato e da São Paulo que os paulistanos querem: inteligente e inovador do início ao fim. Vibrante na forma e rico de conteúdo, quase nem parece site de campanha eleitoral.
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A galera jovem vai se sentir em casa. Video clipes engajados, criatividade, curiosidades, cultura e ciência aplicada às soluções das cidades mundo afora, rap contando processo histórico da cidade, tudo na linguagem e estética vibrante e participativa, típica da juventude.
Conseguiu a difícil combinação de ter um conteúdo politizado, com uma comunicação simples e direta, numa linguagem jovem, que agrada até quem "não gosta de política". Inclusive tem muita coisa que nem parece política, mas é, pois como já dizia Bertolt Brecht, até o preço do feijão depende de decisões políticas. Assim, soluções e coisas criativas que existem em diversas cidades do mundo são mostradas e colocadas em debate, ao lado de problemas que azucrinam o cotidiano, como o apagão no trânsito. As diversas vozes da cidade, desde as periferias até das vanguardas culturais estão lá. Coisas nunca introduzidas em São Paulo, pelo comodismo demotucano, acostumado ao exercício oligárquico do poder.
Muitas vezes somos críticos do poder do marketing político em campanhas, mas convenhamos que às vezes ele se justifica. Num Brasil onde a chamada grande imprensa, quase toda demotucana, se esforça para desmotivar o cidadão, sobretudo os mais jovens, a se interessar para cuidar de seu país e de sua cidade, através da participação politica; reduzindo o debate apenas ao suposto combate à corrupção (*), ocultando os conflitos de interesses econômicos entre grupos sociais; um site de campanha que consiga trazer os temas políticos da luta pela educação e saúde pública, da geração de empregos, do bem cuidar das áreas públicas das cidades, para uma linguagem cultural capaz de despertar a consciência política e a participação dos mais jovens, chega a ter um viés revolucionário.
(*) É claro que o combate a corrupção é importante, pois, para dar um exemplo, o metrô da cidade do México começou a ser construído junto com o de São Paulo, e lá tem 200Km, enquanto em São Paulo só tem 74Km. E sabemos que o dinheiro para muitos quilômetros que não foram feitos, foram parar em contas na Suíça, como já se sabe dos escândalos da Alstom, que é apenas a ponta do iceberg. Mas política não é só combate a corrupção, coisa aliás que seria secundária, se o judiciário fosse mais rigoroso.
Mesmo as verbas que não são desviadas podem ser bem ou mal aplicadas, dependendo da escolha de prioridades na educação, saúde, geração de empregos, moradias populares, infra-estrutura de transporte, cultura e lazer para todos, ou em coisas que só beneficiam grandes empresários, como preparar áreas públicas para a especulação imobiliária explorar, obras de prioridade duvidosa que só interessam a empreiteiros, ou terceirização de serviços que ficam mais caros para a prefeitura, piores para o cidadão e para os trabalhadores. Tudo isso são decisões políticas, que o eleitor decide o rumo quando vota, e quando participa no dia a dia para criar correlações de forças favoráveis.
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